segunda-feira, 24 de novembro de 2014

"E como você foi parar em Praga?"

Uma pergunta que tenho respondido muito é: "O que você está fazendo em Praga?". Depois de explicado que vim para estudar, vem a pergunta sub-sequente (sempre as mesmas, parece até ensaiado): "Mas porque Praga?". Pra essa a resposta é meio grande, mas eu vou tentar resumir.
Em 2011 eu estava em casa, meio cabisbaixo. A despeito de eu estar trabalhando com pessoas muito divertidas, eu ainda estava um pouco deprimido por não ter dado conta de trabalhar com alunos do Ensino Fundamental de uma escola de Joinville - tive que me demitir. Foi aí que a camarada Cibele me convenceu a tentar o mestrado na Univille. Assim que aprovado as coisas começaram a acontecer como um turbilhão, literalmente, e uma tremenda série de coincidências fez com que eu me mudasse para a rua Bochovská nesse 2014.
A primeira foi o fato de, justamente nesse ano, meu agora amigo Petr Polakovic enviar um email para a Univille querendo fazer contato, pois ele tinha um museu sobre a emigração da República Tcheca para o Brasil. Na mesma época professora Sandra (que era minha orientadora) estava iniciando um projeto sobre representações sobre o Brasil e os brasileiros em museus do exterior. Uma coisa se casou com a outra e, num dia muito quente, ela me propôs estudar esse museu. Mas as coincidências não acabam por aí...
Em 2013 vim a República Tcheca para conhecer o museu. Porém, para justificar a minha viagem, eu precisava vir e faze algo mais do que "apenas" minha pesquisa de campo: seria preciso pelo menos um congresso onde eu pudesse apresentar meu trabalho. Estava tudo certo para eu vir em junho pra Europa, apresentar em um congresso em Portugal e, depois, vir pra República Tcheca conhecer o museu. No último momento, achei um congresso em Praga, a ser realizado na Faculdade de Humanas da Universidade Carolina em julho - uma época muito melhor para mim!

Sentadinho no chão do Castelo de Praga/2013

Nesse congresso, pensando em escolher qual mesa assistir, resolvo ir em uma que teria uma apresentação sobre os Alemães da Boêmia. O participante que eu queria assistir não apareceu, mas lá estava para mostrar o seu trabalho o professor Maslowski: nos conhecemos naquele dia, continuamos uma conversa por emails e hoje ele é meu orientador.
São muitas coincidências, eu sei! Mas hoje sei que estou aqui, vivendo a menos de cinco minutos da Faculdade de Humanas da Universidade Carolina...

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