terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Dicas culinárias

Sabe quando alguém diz: "aqui no Brasil fica escolhendo emprego, aí vai pra Europa e trabalha de garçom"? Então, eu realmente não suporto o lugar comum dessa afirmação, mas de fato eu vivo algo semelhante: no Brasil eu não como banana se tiver o menor ponto preto na casca, aqui eu estou comendo beterraba.
Sim, depois de me render a batata e de me aventurar com a cenoura, eu aceitei deixar a beterraba entrar na minha vida. Tenho até um apelido carinhoso para ela: "bosterraba". Eu estava no mercado, as batatas estavam horríveis, a cenoura eu achei cara então comprei uma beterraba e fiz uns dias atrás. Depois comprei outra e venho comendo, pelo menos uma vez por semana. Não significa nenhum pouco que eu gosto dela, mas pelo menos não é batata todo dia.
Na verdade, eu já estou até desenvolvendo uma técnica que diminui o gosto da beterraba e da cenoura. Hoje eu almocei a nossa amiga roxa, e fiz assim:


Eu corto em pedaços pequenos e jogo na panela pra cozinhar. Enquanto isso vou cortando as outras coisas e jogando tudo na frigideira. Quando frita um pouco, eu já tiro o ser roxinho da água, já jogo no prato, polvilho generosamente com sal e pimenta preta (que eu acho que deve ser algo parecido com pimenta-do-reino) e corro comer antes de esfriar. Como cozinha pouco, quase não tem gosto da beterraba mas, ainda sim, eu vou colocando na boca junto com um pedaço de tomate para dar uma disfarçada.



Quando faço cenoura é mais fácil ainda. Eu ralo a cenoura e jogo dentro da frigideira com as outras coisas: esquentou, jogo no prato e almoço. E eu faço isso porque, se eu tenho que comer esses elementos, pelo menos que seja cozido! Pelo menos...
Mas tem um pensamento que me maltrata sempre: enquanto eu estou ali, me matando para fazer com que essas coisas não tenham gosto e inventando novos palavrões enquanto como, muita gente no mundo estaria maravilhada se tivesse um prato de comida pra comer. Sim, eu penso nisso e fico com uma vergonha interna, infelizmente não forte suficiente para me fazer apreciar o gosto de cenoura, de beterraba e de batata.



Aos sábados eu decidi que vou sempre jantar gulaš, um tipo de ensopado bastante comum aqui na região. O pior problema, entretanto, é que é um pouco difícil pra mim utilizar o abridor de latas, que no meu caso é um dos ingredientes mais importantes.





As vezes eu demoro alguns minutos para conseguir dar a volta em toda a lata e, as marcas que já vem com aquele lacre pra abrir manualmente, são muito mais caras e meu instinto de sobrevivência (entenda-se instinto para guardar dinheiro para comprar cerveja) é muito forte.

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